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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Fotografia

Fotografia

Imprime
Marca
Grava
Fotografa
Me guarda
Memoriza-me
Me enquadra
Me aceita
Quero pose
Faço pose
Luz, por favor!
Assim é bem melhor
Outro ângulo
Outro lugar
Outra foto
Autorretrato
Faz careta
Corre!
É só apertar e click
Olha o flash!
Diga X!
Fim de ano,
Foto-natal
Festa para sempre
Seu recado em meu olhar
Seu porta-retrato:
Meu coração

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sexta-feira, 16 de março de 2012

O poder blogal

--Quer dizer vossa senhoria que você bloga?
Mas explique-me, o que é isso?
sentei na cadeira dura da sala e começei:
--Bem, sou vítima da fatalidade da comunicação 
sem fronteiras e do avanço sistemático da informação,
sou proconsumidor variando a estante estática
revolucionando sem dar um grito, sem sentir a 
lâmina na garganta, sou quase uma virtualização
eletro-digital do meu saber intelectual em algorítimos blogais!
O inquiridor olhou para mim minervático, e disse:
--Como posso eu ascender a teu tempo?
--Comece olhando as estrelas...

Temo poh!

Nem o verbo sabe ao certo o ponto final
por isso reza a gramática do pensar-agir
não vagarei sobre a discordância da pontuação,
pois enfim o que trago é novo.
Fez se uma reunião para deliberar mandamentos
manda quem pode obedece quem quer
não dou ao contador de giros
meu precioso tempo, temo poh prendê-lo!
não combinarei minhas letras 
na tua vertente ordenada
queres ler, leia de cabeça para baixo
ou ponha sua mente di trás pra frente!
O errado aqui é pensar que o manual do mundo
foi entregue ao senhor dos giros
lá na parede ele vem me bater
não pulsarei sua marca pontual
Serei o atraso inovador da modernidade!

Dormênica

Idos dos mares febris
ondas alabastras e calejantes
das ilhas serenatas de sonhos
dos olhos vagos nebulosos
Cuidado forasteiro 
teu ouro é roubável!
Idos das montanhas de gelo
ventos efêmeros de rubi
florestas adamantis caudalosas
nuas ruas onde te vi
Cuidado forasteiro
Mora uma Dormênica ali!
Bairro cintilante de polêmica
Casa senhoril de amargura
entrada de música e melodia
encanto vítrio espelhar...
Cuidado forasteiro
teu século irá terminar!
A Dormênica beijou o heróico e 
este singrou seu destino...
Não restou conto de fadas
ou real idade para mar!

Farpas

Expulsa do meu corpo a tua dor
ela é apenas sua
Por quê acha que quero dividí-la contigo?
neste contrito ato sacramentado
dois círculos pilares nos fundiram
não sou o gênero profético
nem o egoísta vislumbrado!
sou ser humano incomodado 
com as farpas do mundo
tanta dor, tanta violência
pesares e sentimentos
descaso!
tanta cultura e pouco entendimento
mate-se a própria alegria 
por somente supor que acha que aconteceria!
nos violamos atmosfericamente e nos choques deixamos farpas
Cruas, duras, pequenas e que coçam
não cicatrizam, não são milagres...
São reflexos de um tempo de farpas 
ruins e secretas!

Resmas

Ainda distante o verso me encontra
no erro da escrita 
na saudade amiga 
e no sentido sem nexo
ser poeta é como ser água
é caber em toda parte
mas fogo não é água
mas a água também queima
o fogo se apaga
como a nossa vida também evapora
longas tardes passei pensando o final deste poema...
descobri que afinal ele está só começando.